António Carneiro Jacinto
Domingo, 15 de Abril de 2007
A PROPÓSITO DE SONDAGENS, CULTURA E AS HISTÓRIAS DO REGIME

Andei ontem num virote para conseguir falar com os directores do Expresso e do Sol e dar-lhes conta da existência de “uma sondagem que revela a derrota humilhante do PS e de Sócrates”. A notícia estava publicada em primeira mão no jornal do Regime de Silves e deixou o Henrique Monteiro e o José António Saraiva numa roda viva para obterem tão importante sondagem. Acabaram por se zangar comigo porque, consultados os partidos políticos, e em particular o PSD, e as agências de sondagens, ninguém sabia de nada. Mas eu tenho a certeza que o ideólogo do Regime silvense seria incapaz de inventar uma sondagem. Brincando, brincando, mas …há brincadeiras de muito mau gosto.

Falei-vos há uma semana da realidade cultural do concelho. Realidade que conheço muito bem há muitos anos. Sei que não tenho sítio para ir ao cinema, sei que não posso ir ver uma peça de teatro, sei que não posso ouvir um concerto de música clássica ou outra, não foi agora que descobri esta situação.

O debate, infelizmente foi muito desinteressante como bem sublinhou Joaquim Santos. Mas este blogue continua actual e constitui uma peça importante na máquina da minha candidatura. Só gostava que continuasse a ser um espaço de diálogo sério, evitando-se bocas e outros tratamentos de muito mau gosto e se aproveitasse cada vez mais este espaço para reflectirmos sobre a actual realidade do concelho de Silves. Acolho sempre com todo o interesse as sugestões que me são feitas e os alertas que me são dirigidos. Como muito bem sabem já ando no terreno há três semanas e a minha actividade não se limita a escrever uma vez por semana, um Post. Retenho dois comentários. Um de José Meireles onde se escreve que “Isabel Soares tem vindo a deixar a população de Silves em supra-numerários, dado que toda a gente tem telhados de vidro”. Pois é, todos seremos poucos para combater os “Medos” dos supra-numerários.

Joaquim Santos quer, legitimamente, saber quem são os meus apoiantes e os meus conselheiros. Respondo-lhe da seguinte forma: estou pronto para apresentar publicamente uma equipa assim que as eleições sejam marcadas e tenho a ajudar-me gente de diversos quadrantes políticos.

Entretanto, recebi um pertinente comentário do Silvense Atento que, aqui publicito, pois tem vasta matéria para reflexão:

 

Um mês antes de ganhar as eleições em 1997, alguém escreveu por Isabel Soares , que …depois assinou:

 

“É necessário mudar.

“Temos de fazer da Câmara Municipal de Silves uma Câmara moderna, capaz de dar resposta a todos os desafios do III Milénio. Para isso, já definimos um conjunto de objectivos e estratégias de forma a maximizar todo um potencial existente no nosso Concelho, quer a nível de recursos físicos e naturais, quer a nível de recursos humanos”.

 

Estas palavras foram escritas há 10 anos e, a mesmíssima Isabel Soares – sim, porque não pensem que houve alguma evolução positiva -, somente passada uma década, reconheceu (?!!!) que esteve a gerir a Câmara, como a mercearia de seu avô e… que era altura de aprender a gerir uma câmara. Vai daí, debanda a caminho de Viseu, acompanhada do seu séquito, a que levianamente apelidou de técnicos, para que num dia, o seu amigo Ruas lhes mostrasse, como é isso de gerir uma Câmara e os dinheiros públicos.

“UNS” regressaram de Viseu deslumbrados e “OUTROS” …envergonhados com o que viram. A eficiência, os métodos, a facilidade, a simplificação de processos, a capacidade de resposta informática e pessoal, o nível de conhecimentos das chefias e dos funcionários em geral e a sua afabilidade e, a tranquilidade e serenidade com que desempenhavam as sua tarefas. Este contraste com a realidade Silvense, como acabei de dizer, deixou “alguns” envergonhados e, não é caso para menos. Todavia, as razões para tal são bem conhecidas e não são fruto do acaso, traduzem e estão em consonância com as intenções e o “nível” da presidente, ou seja: com Isabel Soares não há equipa; começando pelos vereadores (não foi por acaso que Luís Garrocho, Hélder Patrão e Sousa Ribeiro e até de certa forma José Paulo Sousa, desapareceram de cena), as pessoas que a rodeiam não podem fazer-lhe sombra, quanto mais esboçarem um simples “não pode ser Sra. Presidente”. A subserviência tem que ser total.

 

 Na Câmara Municipal de Silves, a partir de 1997, ninguém nomeou e nomeia ninguém por razões de mérito. A competência profissional tem sido inútil. Diria mesmo que é coisa em desuso. A relação entre o monge e o hábito desapareceu. Tanto deu e dá nomear generalistas para tratar de especialidades como lunáticos para gerir realidades. A própria ideia de currículo deu e dá lugar ao mero jogo dos contratos de adesão política. O pior, no entanto, foram e são os resultados. A Câmara desbaratou e desbarata dinheiro? Ninguém é responsável politicamente. A Câmara tomou e toma decisões erradas? Ninguém responde politicamente por elas. As empresas, os munícipes, os trabalhadores, os interesses e os sectores ficam prejudicados? É indiferente. Isabel Soares diz que a culpa é dos nomeados, os nomeados dizem que a culpa é de Isabel Soares. Este sistema de escolha irresponsável costuma terminar em discussões turbulentas e sacrifícios maiores (o que tem acontecido desde Julho passado é a maior prova de tudo isto). Ninguém procurará a sede das incompetências pela simples razão de que a competência não contou como critério de decisão.

 

Em 1997, foram criadas grandes expectativas em redor da candidatura de Isabel Soares e dos Vereadores que a acompanhavam. Algumas medidas que inicialmente tomaram, tais como o “emprateleiramento” de  alguns Chefes de sectores chave e certas mudanças na funcionalidade da máquina camarária, pareciam indiciar que, havia de facto, uma intenção de mudança. Bem cedo se desiludiram os que acreditaram que algo ia mudar. Obviamente, como em qualquer mandato, haviam “alvos a abater” e, se inicialmente alguns foram “encostados”, reapareceram, ainda com maior poder e usufruindo de mais benesses. As razões que levaram a isso, só ELES (?!!!) saberão. Outros, foram substituídos, dando lugar às situações exemplificadas anteriormente.

Portanto, não fora a constatação das evidências atrás explicadas, muita gente poderia ainda acreditar que a viagem a Viseu resultava da preocupação que Isabel Soares tem com os resultados desastrosos alcançados com a sua forma de gestão artesanal e, muito particularmente, com a qualidade das Chefias por si escolhidas meticulosamente.

Só que, as nomeações “exclusivamente políticas” que agora está a fazer (não há concursos) e mais algumas que estão na forja, para os mais altos cargos de Chefia da autarquia, longe de garantirem uma ainda que pequena melhoria nos serviços, denunciam a sua firme determinação de atirar bem para as profundezas os anseios dos silvenses em verem a sua Câmara à altura de enfrentar os desafios do III Milénio.

 

 



publicado por António Carneiro Jacinto às 12:21
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De FLOR DO CAMPO a 19 de Abril de 2007 às 12:20
Olá!!!!!!!!!!
O que aqui têm dito é tudo verdade. Mas a verdade só é verdade para quem está permanentemente na oposição, porque qd a oposição passa a estar no poleiro, aquilo que condenava passa a ser mesa de trabalho diário. O que eu acho é o seguinte:
Cdu no poleiro é agredida ( entre aspas) pelo PS PSd Verdes, etc.....etc....
Ps no poleiro e aí estão a Cdu o PSD e outros a tornarem a vida num inferno
PSd toma o poder e então aí vão os outros contestar e falar contra.
-CONCLUSÃO: Toda a gente gosta ( independentemente da cor) de falar contra, reivindicar, dizer asneiras e não só....quando NÃO ESTÁ NO POLEIRO. O que é isto? INVEJA,? COBIÇA?
Porque será que só falamos de quem tem valor? ( muito ou pouco). Porque só falamos dos Drs . e Engºs . porque não falamos do mendigo, do vendedor de rua, do pobrezinho da esquina?. Porque temos inveja, porque gostávamos de ser como eles, de saber como eles sabem ( Alguns). Para isso estudaram, tiveram que deixar a casa da família para irem procurar o seu futuro. Depois uns regressam após a conclusão do mesmos. Outos vão ficando por ali e acolá e só regressam qd estão reformados, ou qd os tachos que tinham deixaram de ser tachos. Como é que alguém que viveu sempre fora de Silves, quer voltar para SILVES AGORA . Foi só agora que se lembrou que SIlves era a Terra do seu coração? Ou foi agora que como já não tem nada para "fazer" pelas grandes causas nacionais, que resolveu apaixonar-se pela SUA CIDADE. Será oportunismo?? O que acho é que as Autarquias têm que ser governadas não pelas pessoas que pertencem a este ou àquele partido, mas sim por pessoas que saibam o que estão a fazer independentemente das convicções politicas.
O 25 Abril trouxe democracia... Sim mas só politicamente . Culturalmente e socialmente continuamos muito atrasados. mas a culpa não é do Estado. A culpa é nossa. Tornámo-nos pessoas más, invejosas, cobiçamos o que os outros têm, em vez de tentarmos alcançar, nós próprios tb uma situação melhor. Para quê apregoar cultura quando o a população do concelho de Silves, ( e de outros concelhos tb ) precisava era na sua generalidade de mais educação e formação? A educação e formação a amizade, essas sim é que depois de consolidadas levam à necessidade de oferecer Cultura. O que é a Cultura? É-se culto qd se diz que foi ouvir uma Ópera? Ou pelo contrário qd se sabe estar na vida, quando sabemos ser solidários com os outros, ou qd temos atitudes dignas de um ser humano?? Pensem bem....Reflictam...Meçam os vossos actos... Observem as vossas atitudes.... A que conclusão chegam?

SOMOS TODOS INVEJOSOS, HIPÓCRITAS, COBIÇAMOS O ALHEIO, e SOMOS TODOS IGUAIS:

VERDES AMARELOS LARANJAS ROSAS:::: SOMOS TODOS PESSOAS.!!!PESSOAS ...Há boas e más como em tudo na vida.... Não se agridam uns aos outros, não sejam mesquinhos e peixeiros.

Bem Haja


De ANTONIO CARNEIRO JACINTO a 20 de Abril de 2007 às 00:34
Cara Flor do Campo



Deixe-me convencê-la que as coisas não têm que ser como você descreve. Deixe-me convencê-la que não preciso de ser Presidente da Câmara Municipal de Silves para ocupar o meu tempo ou para arranjar um tacho. Deixe-me convencê-la que ainda estou e estarei envolvido em grandes causas nacionais porque preciso de ganhar a minha vida …não sou rico. Deixe-me provar-lhe que estou de acordo consigo, que a educação e formação são a base de tudo.


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