António Carneiro Jacinto
Sexta-feira, 29 de Junho de 2007
UMA ENORME TRISTEZA ...II

No âmbito do estudo ontem apresentado, denominado “Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses 2005”, apresento agora três dos principais indicadores económico-financeiros que permitem uma análise da estrutura financeira do Município de Silves:

 

Rácios

2005

2006

Dividas de Terceiros CP+ LP/Receitas Totais

105,02%

95,40%

Dividas Fornecedores/Receitas Totais

81,90%

71,33%

Liquidez = Σ Créditos s/ Terceiros e

 

 

Disponibilidades - Dívidas de Terceiros CP

-24.779.932,94

-21.234.301,81

 

Esclareça-se que para se determinar a capacidade de solvência das autarquias locais - de acordo com o artigo 41.º da nova Lei das Finanças Locais - um município com dívidas a fornecedores de montante superior a 50% das receitas totais do ano anterior pode ser declarado em situação de desequilíbrio financeiro estrutural e /ou  ruptura financeira.

 

De acordo com o estudo apresentado sobre os Municípios com maior índice de dívida a fornecedores relativamente às receitas totais do ano anterior, Silves aparece na posição 15.º com uma percentagem de 81,8%. Relativamente ao ano de 2006 a percentagem é de 71,33%

 

Assim, verifica-se que o Município apresenta uma situação de desequilíbrio financeiro e estrutural, porque não consegue obter receitas correntes e de capital para liquidar os seus compromissos com  fornecedores e empreiteiros.

 

Se ao passivo de curto prazo (fornecedores) somarmos o passivo de médio e longo prazo (empréstimos bancários) sobre as receitas totais, verifica-se que em 2005 o Município de Silves atingiu os 105,20% o que significa que contraiu mais dívidas do que a sua receita total do ano. Relativamente ao ano de 2006, situou-se em 95,40% continuando a comprometer a situação financeira do Município.

 

Relativamente ao nível de liquidez, onde se compara as dívidas a terceiros excluindo os empréstimos bancários com os créditos sobre terceiros e as disponibilidades verifica-se que o Município de Silves no ano de 2005 apresenta uma fraca liquidez, situando-se a nível nacional na 13.ª posição como o valor de – 24.779.932,94 euros. Em 2006, atingiu o montante de -21.234.301,81 euros

 

Mais uma vez, se conclui que os créditos sobre terceiros mais as disponibilidades são insuficientes para cobrir as dívidas a terceiros de curto prazo.

 

Estes rácios foram calculados com os seguintes dados extraídos dos Balanços do Município de Silves de 2005 e 2006;

 

Rubricas

2005

2006

Receitas Totais

32.719.655,69

35.004.557,06

Fornecedores C/C

2.997.545,92

4.726.839,53

Fornecedores Fact Recep Conferência

2.629.319,44

2.278.468,60

Fornecedores Imobilizado c/c

17.908.575,16

14.497.756,99

Fornecedores Imobilizado Fact Conferência

2.270.973,77

2.325.513,48

Outros Credores

991.193,61

1.140.761,04

Total Divida Fornecedores

26.797.607,90

24.969.339,64

Disponibilidades

1.161.262,38

1.450.578,46

Dividas de Terceiros CP

1.045.032,91

2.475.404,52

Dividas a Terceiros CP

26.986.228,23

25.160.284,79

Dividas a Terceiros Longo Prazo

7.375.363,26

8.235.739,37

 

 

Para melhor entendimento de algumas siglas fica o esclarecimento: C/C (Conta corrente); CP (curto prazo); LP (longo prazo).

 

Deixo a análise à vossa consideração, ficando na expectativa de um bom e frutuoso contributo de ideias.



publicado por António Carneiro Jacinto às 00:27
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11 comentários:
De paula s.......... a 3 de Julho de 2007 às 18:32
afinal cada vez está melhor, se sr. já sabe o que vai sair no blog, parece que afinal há uma "rede" à volta do blog.
Muito bem, agora limito-me a le-lo, pois acho que andam a agir incorretamente para com os restantes leitores.
Já agora, nao tem membros JS como em Vieira do Minho?
é como dizia há alguns dias um blog para a polémica........
bem hajam para voces...........


De SILVENSE ATENTO a 3 de Julho de 2007 às 23:56
EM SILVES, QUEM DEVE ABDICAR, QUEM SE DEVE DEMITIR É A

OPOSIÇÃO

Quando há poucos dias prometi que iria deixar aqui uma pequena súmula de exemplos “De como se poupariam milhões”, tinha já perfeita consciência de que o que fosse escrever teria forçosamente várias leituras ou, se quiserem, várias interpretações e poderia provocar nos mais diversos sectores da sociedade do concelho de Silves, múltiplas reacções.
Até porque, quando no segundo maior concelho do Algarve, com cerca de 35 mil habitantes, a Câmara é a maior entidade empregadora e o comércio e a industria local subsistem directa ou indirectamente da própria Câmara e dos seus funcionários, não é fácil abordar alguns temas, pela consciência que tenho, do significado da existência e utilização do recurso - emprego e cliente denominado Câmara - e dos problemas sociais que advirão caso esse “recurso”, hipoteticamente ou inevitavelmente, tenha que ser equacionado.
A “PEQUENA” súmula de exemplos há muito tempo que está feita e não constituiu nenhuma dificuldade elaborá-la: no entanto, a publicação da manchete pelo Jornal de Negócios, sobre as Câmaras na falência e estes dois últimos Posts de Carneiro Jacinto, sobre o mesmo assunto, no que concerne especialmente à Câmara Municipal de Silves, levam-me a adiar o cumprimento da minha promessa, pois vieram pôr em foco algumas importantes e pertinentes questões.
Uma delas, prende-se com o orçamento elaborado para o ano de 2007, o qual, inflacionado em cerca de 20 milhões de euros, é bem elucidativo não só da irresponsabilidade de Isabel Soares e seus pares mas, acima de tudo, da total perda de respeito pelos munícipes, quer tenham sido seus votantes ou não.
Outra, tem a ver com a não menor responsabilidade dos partidos da oposição, PS e CDU/PCP, nestes quase dez anos de desbaratamento do erário público por parte de Isabel Soares e de mais um grupo de amigos bem identificados. A “apatia” disfarçada de impotência perante uma maioria absoluta não pode servir de desculpa para que a oposição tivesse deixado o município de Silves chegar à desonrosa situação em que se encontra. A soberania e a independência de uma Câmara e da sua ou seu presidente têm limites. Existem regras. Existem instâncias superiores a que QUALQUER oposição pode recorrer (desde que saibam desempenhar o seu papel de oposição); se o problema da oposição na Câmara de Silves fosse o de nada terem feito e continuarem mesmo hoje a verem a caravana passar (nem sequer ladram) por não saberem como fazê-lo, seria no mínimo motivo de grande frustração de quem em vós acreditou e desperdiçou o seu voto. Mas hoje, esses votantes olham para todos vós com grande desconfiança e até suspeição. Ponham os olhos na Câmara de Lisboa e saibam que a mesma caiu pela acção da oposição junto das instâncias competentes.
Em Silves, quem deve abdicar, quem deve pôr o lugar à disposição, é a oposição e em especial o Partido Socialista.
A última questão, tão ou mais importante quanto as anteriores, tem a ver com o comportamento da esmagadora maioria dos Silvenses, sejam da esquerda, do centro, da direita, de cima, de baixo ou do lado, perante a humilhante e preocupante situação financeira do seu município, do MUNICÍPIO DE TODOS NÓS.
A irracionalidade de uns, a acomodação de outros, a subserviência de muitos, uma forma de sobrevivência para tantos, etc. tem alimentado uma estabilidade putrefacta. O receio do desconhecido por parte dos cidadãos sobrepõe-se à evidência da calamidade que irresponsavelmente se vem escondendo. O pior é o amanhã e esse amanhã já está aí e é só uma questão de tempo, quando começarem a sentir na própria pele os efeitos da gestão desastrosa e irresponsável que tem sido feita nestes dez anos. E não tenham ilusões que se já está a tocar em alguns ela vai chegar a todos; funcionários, comerciantes, restauração e as pequenas indústrias do concelho que, como disse no segundo parágrafo, estão directa ou indirectamente dependentes da Câmara Municipal.
Alguns dirão, mais uma vês, que me estou a armar em Chico Esperto e outros, que não passo de mais um profeta da desgraça. Não me preocupa absolutamente nada o que possam dizer: preocupa-me é a realidade que está aí e que vai ser penosa para muita gente, unicamente porque não acredito em milagres.



De laranja-azeda a 4 de Julho de 2007 às 12:38
Cara Paula!!!
Até parece que a senhora não é leitora atenta do servir silves e dos comentários do Srº Silvense atento, o Srª quando se referiu às súmulas / crónicas que serão publicadas para relembrar um ano de qualquer caso , não se referia postagens do blogue, claro que o senhor não sabera o que ACJ irá publicar ou não, referia-se sim a que ele Silvense atento pretenderá desvendar promenores do caso atraves dos suas sumulas comemtários.

Páre lá um bocadinho de imaginar coisas.

Um abraço de uma laranjita azeda.


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