António Carneiro Jacinto
Sexta-feira, 17 de Agosto de 2007
SOBRE AS FEIRAS MEDIEVAIS E OUTRAS COISAS QUE TAIS ...

(Dedico este post à minha filha Adriana, ao meu genro Lorenzo - o mais português dos italianos que eu conheço - e ao meu neto Zaca, com quem passei os últimos doze dias muito feliz)

 

 

Acabou a Feira Medieval. Viva a Feira Medieval. Muito se escreveu e disse neste blogue sobre a Feira Medieval. Só eu é que ainda não me pronunciei. Por uma vez quero que fique clara a minha posição sobre esta matéria e aquilo que farei quando fôr Presidente de Câmara Municipal de Silves.

Sou a favor da Feira Medieval mas de uma verdadeira Feira Medieval, que seja simultaneamente um momento de exaltação do Concelho de Silves; uma semana de atracção turística e sobretudo algo que pelo seu rigor histórico cumpra uma função pedagógica junto dos habitantes do concelho e daqueles que o visitam. Dito de uma forma clara: repito, sou a favor de uma Feira Medieval que retrate a época, que enalteça o papel insubstituível que Silves teve na história, que seja uma verdadeira Feira Medieval.

Para que não restem dúvidas não vou fazer desta questão uma arma de arremesso político. Quero apenas que saibam que “a minha” Feira Medieval será muito diferente daquela que tenho visitado nos últimos três anos.

Dito isto, há mais vida para além da Feira Medieval. Quando vos convidava a divertirem-se, fazia-o com o conhecimento de que a Feira Medieval são 7 dias na vida do concelho, o resto é um deserto. Todas as pessoas têm direito a divertir-se e cabe aos responsáveis políticos criar condições para que as pessoas sejam mais felizes. Mas o problema são os restantes 358 dias do ano …

O Comércio ganhou com a Feira medieval? Os artesãos do concelho de Silves ganharam com a Feira Medieval? . Ora qualquer Feira que seja realizada com dinheiros públicos tem necessariamente que corresponder ao princípio da relação custo benefício. Oportunamente ficarão a conhecer o meu projecto de Feira Medieval e de muitas outras Feiras que considero indispensável vir a organizar-se.

A Feira assinalou ainda outro acontecimento: as obras na zona ribeirinha da cidade estão praticamente concluídas, graças ao esforço de muitos trabalhadores camarários e de alguns operários de empresas que ainda fornecem serviços à Câmara de Silves. Motivo para nos felicitarmos e ao mesmo tempo nos interrogarmos porque razão se esperou tanto tempo pela conclusão desta obra.

Já vos disse por mais do que uma vez e repito agora que não sou nem nunca serei defensor do princípio de quanto pior melhor, como às vezes é sugerido por algumas mentes perversas.

Mas infelizmente a vida nestes últimos tempos não foi de festa para muita gente. Por exemplo, para aqueles que estiveram sem água canalizada num concelho onde existem duas barragens construídas e outra a caminho. E é bom lembrarmos nesta altura o preço que estamos a pagar por esse bem precioso, Falar de falta de água, neste concelho, nesta época do ano, no século XXI …é quase “medieval”.

Para os mais desatentos a história é muito simples: aumentou-se a água há um ano porque passamos a ser servidos pelas Águas do Algarve; um ano depois é que essa água chega a todos os pontos do concelho; quando chegou houve 22 zonas em todo o concelho que deixaram de receber água, e voltamos a ser servidos pelo sistema anterior.

Dito isto: O Povo tem direito a Festa? Tem. O Povo tem direito a mais do que uma festa por ano? Tem. O Povo tem direito a uma verdadeira Feira Medieval? Tem.

Mas O Povo também tem direito a serviços de qualidade sejam eles de fornecimento de água ou outros. É para isso que existe uma Câmara e um executivo municipais. É isso que me preocupa, é para isso que trabalho dia a dia, é esse o meu dever e o meu compromisso com os habitantes do concelho de Silves.

 

PS. Há quem perca ainda algum tempo preocupado com o que faço e por onde ando. Para esses fica aqui o registo de que sou morador na Rua Cândido dos Reis 75, em frente ao inaugurado Teatro Gregório Mascarenhas …  

  



publicado por António Carneiro Jacinto às 00:46
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De Curioso a 24 de Agosto de 2007 às 00:04
Cara Susana,
Obrigada pelos votos de felicidades, que retribuo.
Nem a título de curiosidade consigo, de facto, saber dos números exactos do custo do aluguer da grua da obra da Biblioteca, enquanto as obras desta estiveram paradas. Só sei que foi elevado, e mais um acto de má gestão da Câmara presidida por esta sra.
Sobre arquitectura, pode não estar apta a pronunciar-se sobre aquilo a que chamou um mamarracho, mas quero dizer-lhe que também não é obrigada a gostar do edifício. As obras podem pertencer a grandes autores, e nós não gostarmos delas; é natural.
O meu pai, pessoa simples, gostava de cantares alentejanos e de ópera. Porquê? Vá-se lá saber! Há sensibilidades que nascem connosco, embora possam, com o tempo, ser cultivadas.
Tente incutir determinados valores aos seus filhotes, como diz, e sobretudo os bons hábitos de leitura. Mas prepare-se para o facto de não ir conseguir moldá-los a seu gosto, e isto sei-o por experiência própria. Fica-lhe, pelo menos, a satisfação de ter tentado.
Renovo os votos de felicidades!


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