Há trinta anos os portugueses eram chamados pela primeira vez a eleger, livre e democraticamente, os seus representantes nas autarquias locais .Trinta anos depois o balanço é claramente positivo. Pode mesmo dizer-se que sem o trabalho dos autarcas o país não seria o que é hoje. O poder local foi, de facto, uma das grandes conquistas do 25 de Abril.
Sei do que falo porque, como jornalista ou em trabalho politico calcorreei o país e conheço-o, praticamente aldeia a aldeia. Podia ter-se feito mais, pode sempre fazer-se mais, mas a obra que aí está não pode, nem deve envergonhar ninguém.
Neste dia gostaria, simbolicamente de recordar todos aqueles que desde então deram o melhor de si ao concelho de Silves. Refiro, com saudade, José Viseu, sem esquecer todos os outros.
Com o poder local foi possível dar o mínimo a que, sobretudo nas freguesias rurais, qualquer cidadão tinha direito: electricidade, água, acessibilidades com um mínimo de condições. É aí , indiscutivelmente, que mais se sente a diferença.
A interminável história de Silves guardará essa memória. Mas também recordará os atentados cometidos em dez anos de gestão Isabel Soares:
A destruição de Armação de Pêra, ex- libris do concelho, convertido em dormitório tipo Reboleira( e os guindastes ainda continuam), o compadrio partidário, o favorecimento dos amigos e correligionários , o desordenamento do território, o medo de dizer o que se pensa “porque ela pode vir a saber que eu disse mal dela”, a transformação da Câmara Municipal no maior empregador do concelho, para condicionar o voto de tantos e tantos eleitores, a relação sem regras com os empreiteiros, a ausência, enfim, de uma verdadeira politica cultural, de que a situação da Sé é o exemplo mais brutal.
Trinta anos depois da instauração do poder local livre e democrático é tempo de acabar com este estado de coisas. A história interminável de Silves registará que o prazo de validade de Isabel Soares terminou quando muitas destas e outras situações vieram a público.
A interminável história de Silves far-se-á a partir daqui, com um novo projecto, resultado da participação de todos e para todos, independentemente da sua posição politica, social ou económica. Será esta a melhor forma de homenagearmos os nossos antepassados e aqueles que, em 25 de Abril puseram o destino nas nossas mãos.
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